Retrospectiva
O Brasil e o Mundo em 1994: Um ano inesquecível onde perdemos Senna e Tom Jobim mas ganhamos moeda nova e o tão sonhado tetra
O Blog Contando a História viaja até 1994 para relembrar um ano inesquecível para os brasileiros, um ano em que perdemos dois gênios, ganhamos uma nova moeda mais forte e trouxemos a taça tão cobiçada pra casa.
Depois de seis sucessivas trocas de moedas e cortes de zeros, o Brasil ganha em 1º de julho sua nova moeda, o real. A moeda estável fez com que a tão temida inflação fosse debelada graças ao sucesso do Plano Real. Implantada no governo Itamar Franco, a nova moeda ajudou a eleger Fernando Henrique Cardoso presidente em primeiro turno. O novo presidente era então ministro da Fazenda quando implantou a URV (Unidade real de Valor) que vigorou até o dia 30 de junho quando a URV virou fator de conversão do Real. 1 URV = CR$ 2.750,00.
Bem antes da eleição, uma gafe quase pôs tudo a perder. Num conversa captada pelas parabólicas, o então ministro da Fazenda Rubens Ricúpero em entrevista ao jornalista Carlos Monforte fala que não tinha escrúpulos. A gravação repercutiu imediatamente na mídia, mas não interferiu em nada, devido á renúncia do mesmo.
No seu último ano de governo, o presidente Itamar começou o ano aparecendo no carnaval ao lado da modelo Lilian Ramos: um detalhe, ela foi fotografada sem calcinha. No final do ano o presidente passou a namorar com a professora June Drummond e seu governo terminou bem avaliado graças ao Plano Real.
A África do Sul em festa com a posse de Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da história do país assume o poder.
Em 18 de julho um ataque à sede da Associação Mutualista Israelita Argentina deixa 83 pessoas mortas e 300 feridas.
Um desenho animado japonês vira mania nacional. O anime Os Cavaleiros do Zodíaco conquista grande audiência para a Rede Manchete e as crianças acompanham a saga de Seiya e os Cavaleiros de Bronze.
A FIA decide acabar com a eletrônica e os carros do mundial de 1994 da Fórmula 1 ficaram instáveis. Sem a eletrônica, a intenção inicial era ter as corridas sendo disputadas no braço. Ayrton Senna estreava na Williams e era o favorito absoluto para a conquista do título mundial, só que o carro FW 16 não rendia o esperado e Senna abandonou as duas primeiras corridas que foram vencidas por Michael Schumacher.
O circo da Fórmula 1 chegava em Ímola, na Itália para a disputa do terceiro Grande Prêmio do ano, só que a pista se transformou em cenário de uma carnificina. Foi o mais triste fim de semana da história da categoria. Tudo começou com o acidente de Rubens Barrichello que bateu na proteção de pneus e teve um corte no nariz.
No dia seguinte acontece o pior. O austriaco Roland Ratzenberger morre durante os treinos, mas a FIA esconde tudo fingndo atendimento ao piloto que morreu na pista. O acidente deixou todos transtornados. Senna então lidera um movimento de pilotos pedindo mais segurança, só que o banho de sangue continuaria.
Na sétima volta da prova Senna lidera e entra na Tamburello, só que a barra de direção quebra no meio da reta e Senna passa reto. Desgovernada, a Williams bate violentamente contra o muro da Tamburello. A barra de direção se rompe e o braço da suspensão atinge a área entre a viseira e a borracha de proteção do capacete causando os ferimentos fatais. Senna foi levado ao Hospital Maggiore onde faleceu quatro horas depois. Era o desfecho de um dos finais de semana mais trágicos de todos os tempos.
Os funerais em São Paulo reúnem mais de 1 milhão de pessoas. Pilotos e ex pilotos carregaram o caixão com o corpo do piloto que morria aos 34 anos. 161 GPS, três títulos mundiais e 41 vitórias. Um currículo impressionante em dez anos de carreira na Fórmula 1.
Sem Senna a Fórmula 1 inicia uma nova era, a Era Schummy. Foi o começo da dinastia alemã na categoria. Michael Schumacher conquistava o primeiro de sete títulos mundiais numa manobra discutível em cima de Damon Hill na Austrália.
Dois meses depois o Brasil chorava de alegria. Foi uma campanha sofrida, gloriosa com final feliz. Depois de 24 anos o Brasil conquistava o tão cobiçado tetracampeonato mundial. Tendo como técnico o teimoso Carlos Alberto Parreira, coube à Romário liderar a equipe na conquista. O baixinho marcou cinco gols, decisivos e Bebeto marcou outros três. A campanha na primeira fase foi tranquila com vitórias contra Rússia e Camarões e empate contra a Suécia. Na partida contra os Estados Unidos o sufoco com um a menos e o gol salvador de Bebeto, na partida contra a Holanda o show da dupla Bebeto e Romário com direito à embala neném. A final foi contra a Itália e valia a primazia de ser o primeiro tetracampeão da história. O Brasil tinha melhor preparo físico enquanto que a Itália tinha seu melhor jogador totalmente sem condições de jogar, mas o time brasileiro não soube aproveitar as chances. Depois de 120 minutos de uma batalha a decisão foi para os pênaltis e o Brasil brilhou com Taffarel pegando a cobrança de Massaro e a cobrança final foi de Roberto Baggio que chuta pra fora. Brasil tetracampeão. A Taça Fifa foi erguida por Dunga e claro não podia faltar a homenagem à Ayrton Senna.
O Palmeiras foi o campeão brasileiro de 94 depois de uma final tensa contra o Corinthians. O time de Luxemburgo conquistava seu segundo título seguido de Brasileirão.
Ele foi considerado o maior expoente da MPB e foi um dos criadores do movimento da Bossa Nova. Tom Jobim, maestro, compositor, intérprete e poeta deixa a MPB vazia em 8 de dezembro quando morre em Nova York.
O ano ainda teve as mortes de Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, do jogador Dener, promessa de craque, do ex-presidente americano Richard Nixon que renunciou diante do escãndalo de Watergate, o humorista Mussum dos Trapalhões, do poeta Mário Quintana e do empresário Pedro Collor de Mello.
Em breve os fatos mais marcantes de 1995.
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